Climatério: direito à qualidade de vida

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Climatério: direito à qualidade de vida

Climatério: direito à qualidade de vida

Após a menopausa, a mulher passa por uma fase marcada por sintomas indesejáveis que podem prejudicar a qualidade de vida e, em alguns casos, se prolongam até os 70 anos de idade. Fogachos afetam o sono e o humor das pacientes, que também têm a rotina sexual alterada pela falta de lubrificação vaginal, devido ao desequilíbrio hormonal.

O climatério varia dos 40 aos 70 anos de idade e é marcado pela menopausa. “Juntamente com os sintomas, aumentam também os riscos de comorbidades”, alerta César Eduardo Fernandes, presidente da Comissão Nacional de Climatério da FEBRASGO e presidente da Associação de Obstetrícia e Ginecologia do Estado de São Paulo (SOGESP).

A proporção de mulheres em período de climatério é crescente, assim como a longevidade. “Antigamente, após a menopausa, as mulheres tinham pouca expectativa de vida”, explica César. “Hoje, tudo isso mudou. ”

Com esse avanço, veio também a ampliação do debate sobre o tema, as pesquisas e as novidades. “Vejo que o climatério deixou de ser um assunto banal para se tornar um dos temas de maior relevância nos consultórios. ”
O tratamento, por exemplo, é determinante, repercutindo diretamente na possibilidade de viver bem a partir da menopausa. Este é um momento muito importante para o ginecologista e para a relação médico-paciente, pois o especialista se torna aliado da mulher contra os sintomas que tanto a incomodam.

Conduta do ginecologista
A primeira atitude do ginecologista é verificar se a paciente desenvolveu comorbidades como hipertensão arterial, obesidade, diabetes, hipotireoidismo, câncer de mama ou colorretal, osteoporose e dislipidemia, entre outras, que têm sua incidência elevada nesta fase.

Segundo César Fernandes, as mulheres confiam em seu médico especialista para detectar qualquer mudança na saúde e é papel dele saber orientar, tratar e, quando necessário, encaminhá-las para outros profissionais, além de lidar com aspectos psicológicos, como transtornos de humor, também possíveis nesta fase.

Para o diagnóstico da síndrome menopausal e suas comorbidades, as novas tecnologias, como os aparelhos de imagem, contribuíram consideravelmente. “O densitômetro é um deles, assim como os avanços nos mamógrafos e a mamografia digitalizada. A ultrassonografia com transdutores nos oferece boas imagens abdominais e da região pélvica. ”

É ainda tarefa do GO esclarecer a paciente quanto aos hábitos e ao estilo de vida. “Entre as orientações estão a necessidade de maior consumo de cálcio por meio do leite e derivados lácteos ou de suplementação quando existem problemas para a digestão adequada do leite; bem como os riscos do sedentarismo e do tabagismo. Também devem ser destacados os perigos do consumo excessivo de álcool e de café.

TRH
No consultório, muitas pacientes já aparecem munidas de informações e com algumas opiniões formadas, ainda que com base em sites não confiáveis. Assim, mesmo que recebam as corretas informações, podem mostrar-se indecisas e até mesmo intransigentes quanto às condutas apresentadas. A Terapêutica de Reposição Hormonal (TRH) é um dos principais receios, principalmente com relação aos riscos.

“Não é frequente pacientes completamente resistentes ao tratamento. Mesmo assim, não se pode omitir qualquer informação. Devemos ser transparentes e saber traduzir todas as informações para que elas não interpretem erroneamente”, recomenda César.

Quanto aos temores, geralmente referem-se ao risco aumentado para o surgimento do câncer de mama.

“Este tratamento está bem estabelecido e vem dando ótimos resultados. A tendência agora é a diminuição das doses e a formulação de medicamentos que alavanquem os benefícios e diminuam os riscos. Por isso é essencial que o médico esteja bem informado sobre as novidades em fármacos, além de atento às particularidades de cada paciente. ”
Ações de educação continuada e os novos manuais da FEBRASCO têm constantemente trazido as informações novas e confiáveis aos associados. “Parcerias com a SOBRAC – Associação Brasileira do Climatério – também são muito interessantes para que o ginecologista brasileiro esteja sempre bem orientado quanto ao papel que deve desempenhar em relação à mulher climatérica. ”

Fonte: Febrasgo – Federação Brasileira da Associações de Ginecologia e Obstetrícia

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